13 de fev. de 2016

Armando sai da toca

                                  
Do Blog do Magno Martins
De volta à cena local, o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) fez a primeira investida política para reforçar a oposição, atraindo, efetivamente, para o seu grupo, o deputado Joel da Harpa, uma das surpresas das eleições passadas. Filiado ao Pros, Harpa ingressará no PTN com a missão de bombardear o Governo Paulo Câmara numa das suas áreas de gargalo – a segurança pública.
O deputado tem fortes ligações com o setor no Estado, foi eleito com o respaldo dos policiais, seu grande eleitorado, conhece as fragilidades do Governo e tem munição suficiente para atacar a gestão estadual. Harpa deixa a base governista num momento em que dados oficiais apontam que Pernambuco teve o janeiro mais sangrento dos últimos sete anos.
Com isso, o governador terá, sem dúvidas, muito mais dificuldades de reverter essas estatísticas de horror, que num passado recente fez o Estado liderar o ranking de centro matador do País. Surpreendido com o convite da presidente Dilma, Armando passou a ocupar uma pasta que o obriga a seu ausentar muito de Pernambuco e por tabela do País.
Talvez tenha sido o auxiliar de primeiro escalão que mais viajou no primeiro ano do segundo mandato de Dilma. Competente, habilidoso no trato com o PIB nacional, o ministro ganhou a respeitabilidade pelo excelente trabalho que vem fazendo para soerguer a indústria e levantar o astral do empresariado.
Uma tarefa difícil, mas não impossível como ele tem mostrado. Se o mergulho no Ministério o fortaleceu, no plano local Armando ficou encolhido, viu seu grupo minar. Dois vereadores deixaram o partido na Câmara do Recife e na Assembleia sua maior perda é o deputado Romário Dias, que está deixando a legenda trabalhista para ingressar provavelmente no PSL.
Armando ausente provocou, consequentemente, um hiato na oposição ao Governo do Estado, protagonizada hoje por um grupo muito restrito na Assembleia, com destaque para o líder da Oposição, Silvio Costa Filho, que tem sido atento aos problemas mais cruciais da gestão socialista, criticando os pontos falhos da política adotada pelo governador.
Ao sair da toca, Armando tem que passar, a partir de agora, a se debruçar mais fortemente na política municipal, para tentar eleger o maior número possível de prefeitos e vereadores, alicerce fundamental para 2018, se tiver projeto majoritário, o que não tem deixado muito claro.

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